Seis dos maiores bancos juntos faturaram mais de um bilhão de euros nos nove meses deste ano
Foto: Arquivo / Imagens de arquivo global
A Caixa Geral de Depósitos foi responsável por quase metade dos resultados do grupo das seis maiores entidades do sector.
Seis dos maiores bancos portugueses faturaram juntos mais de mil milhões de euros nos nove meses deste ano. São 3,8 milhões de euros de lucros por dia que o Banco registou até final de setembro. Só a Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve quase metade dos resultados globais do grupo dos seis grandes bancos. O banco público anunciou quinta-feira que teve um lucro de 429 milhões de euros até setembro, o que corresponde a um aumento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Paulo Macedo, presidente-executivo da CGD, afirmou, na conferência de apresentação de contas, que o banco vai pagar, "ainda este mês", um dividendo extraordinário de 300 milhões de euros ao Estado.
Segundo a CGD, “o aumento das comissões líquidas e a eficiência operacional conseguida com a redução dos custos de estrutura” contribuíram para compensar a queda de 6,5% na margem financeira do banco. De um modo geral, os seis bancos em conjunto investiram mais de 165 milhões em comissões, o que correspondeu a um crescimento de quase 10% nesta rubrica.
“O resultado líquido inclui também um resultado extraordinário de 32,7 milhões de euros [após impostos] decorrente da reavaliação de responsabilidades com benefícios pós-emprego e provisões para o programa de pré-reforma”, explicou o banco público.
O Banco BPI, propriedade da espanhola CaixaBank, anunciou esta semana um forte aumento do seu resultado líquido, de 86 milhões nos nove meses de 2020 para 242 milhões até setembro deste ano.
Adicionalmente, o Novo Banco, que nos nove meses do ano passado registou um prejuízo de 853 milhões de euros, atingiu, no final de setembro de 2021, um lucro de 154 milhões de euros.
Já os outros dois grandes bancos do setor - Millennium bcp e Santander Portugal - tiveram queda nos lucros.
O Banco Montepio, por outro lado, reduziu as perdas, mas manteve as perdas de 14 milhões de euros.
A apresentação dos resultados dos nove meses pelos bancos foi marcada pela expectativa em relação às moratórias. A moratória pública terminou no final de setembro para a maioria dos créditos. No caso da CGD, anunciou ontem que procedeu à reestruturação do crédito a cerca de 3.000 famílias na sequência do fim da inadimplência, tendo uma exposição a estes empréstimos de 330 milhões de euros.
No segmento de empresas, cerca de 600 necessitaram de reestruturação do crédito, no valor de 150 milhões de euros, anunciou a CGD na apresentação dos resultados dos primeiros nove meses deste ano.
O banco público registou, até ontem, créditos de 149 milhões de euros ainda em incumprimento.
No final de setembro, caducaram as moratórias sobre os créditos de 6206 milhões de euros de clientes CGD, no âmbito do termo de vigência da moratória pública aplicável à generalidade dos créditos abrangidos pela medida.
Entre setembro de 2020 e setembro deste ano, os seis bancos perderam 2.440 funcionários e fecharam 255 agências bancárias no país.
O Santander foi o banco que mais agências encerrou, tendo encerrado 100. O Montepio e o BCP seguem-se. Só o Santander e o BCP registaram a saída de mais de 600 trabalhadores no mesmo período. Os dois juntos representam quase metade das saídas de trabalhadores do Banco em relação a setembro do ano passado. Ambos os bancos vêm executando planos de reestruturação que culminaram em processos de despedimento coletivo.
Em termos percentuais, o Montepio foi o banco que mais balcões encerrou de setembro do ano passado para igual mês deste ano: -22,3%, tendo passado de 328 para 255 vagas.
O BPI foi o único banco a abrir sucursais neste período, tendo aumentado de 365 para 375 unidades, embora tenha reduzido o número de colaboradores, de 4766 para 4538 colaboradores.
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