Minha tatuagem - Opinião - Jornal NH

2022-06-10 20:38:19 By : Mr. Hason Zheng

Na época: uma longa fila de crianças e adolescentes indo em direção a uma salinha comum da cooperativa, onde funcionários da prefeitura aplicavam uma vacina - não lembro contra qual das doenças. A gente sentia e ouvia as várias picadas da agulha tipo pica-pau - e a mesma para todos. Para muitos, o pior estava por vir: inflamação, febre (Olina nela!) e, por fim, uma casca que coçava e, quando arrancada, produzia a primeira tatuagem histórica e irremovível. Eram os bons tempos. Só que não! A coisa era bruta, como diz Bruna Viola. Hoje, tudo descartável, doses aplicadas delicadamente, uma picadinha quase imperceptível que mais parece carinho das profissionais da saúde.

Se nas tatuagens somos pioneiros, na moda e no sorriso não é diferente. Na TV e nas redes sociais, celebridades anunciam havaianas multicores. Os nossos chinelos da mesma marca eram "raiz" e de mil e uma utilidades. Cor terra (sempre sujos), com arame ou preguinho nas tiras, eram moda para todos nós, os "chinelões". Ótimos auxiliares na frenagem das velhas bicicletas de correias arrebentadas. Valentes parceiros para irmos às escolas, atravessando potreiros pintados de branco pela geada. Aliás, nos nossos dias, há tanto barulho para anunciar frio e geada que temo, a certa altura, sugerirem suspender as aulas por causa disso. Sorriso? Era lindo durante o dia, quando não caía no colo. E à noite descansava num copo d'água, amparado pelo criado mudo. "Esclarecerei", como dizia Agildo Ribeiro. O doutor prático (dentista) da localidade, a pedido, extraía todos os dentes superiores dos colonos e produzia uma chapa (dentadura). Raciocínio simples: para que dor de dente. Falei de vacinas. Faça todas. Se há boatos de que de possam fazer algum mal, as doenças, com certeza, fazem muito mais.