Se Lula abrir mão de sua candidatura, Ciro Gomes ganha no primeiro turno - Disparada

2022-09-24 00:36:18 By : Mr. YE CUI

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O Disparate é o podcast do Disparada, com apresentação do Álvaro Camões Padilha e comentários de Arthur Silva

Nos últimos dias, o Brasil assistiu ao clímax da mais abjeta campanha política de nossa História: o pedido de voto inútil em Meirelles-Lula. Esse momento catártico da candidatura petucana mostrou que seu intento nunca foi derrotar o “fascismo” e sim manter sua hegemonia sobre o projeto colonialista-neoliberal, assumindo a dianteira no ataque contra a candidatura anti-sistema de Ciro Gomes.

É claro que o título desta coluna é irônico.

Ciro não precisa de nenhum gesto de “grandeza histórica” por parte dos petucanos para ganhar as eleições – coisa que jamais esperaríamos por parte do PT. Como o filósofo da ciência e especialista em metodologia Gustavo Castañon comprovou em um vídeo, a febre de pesquisas oculta seus limites inerentes, o que nada tem a ver com “duvidar da ciência”. Toda pesquisa empírica é limitada.

Há bastante espaço para Ciro crescer e sua ida ao Monark comprova isso. Sua candidatura bradando a bandeira do Brasil, abandonada por uma “esquerda” e por uma direita que odeiam o próprio país, tem potencial de romper bolhas e atrair parte do eleitorado conservador que com razão percebeu que o colonialismo escancarado de Bolsonaro é uma ameaça à nossa cultura e aos nossos valores enquanto nação.

Mais do que isso, a maioria dos eleitores decide seu voto faltando poucos dias para a eleição e é essa a razão da “blitzkrieg” petista contra a candidatura de Ciro Gomes pedindo voto inútil em Meirelles.

Essa “blitzkrieg” seria cômica, se não fosse trágica. O PT apelou para Gabriel Cassiano, um traidor expulso que foi para o PSB, para liderar um manifesto de pedetistas contra Ciro Gomes. O tal manifesto contou com o nome de Túlio Gadelha, que desmentiu e disse que não assinou nada. A razão desta farsa com a assinatura do ex-marido de Fátima Bernardes era dar algum ar de legitimidade para o documento, que de resto contou somente com nomes irrelevantes ligados à torpe e triste figura de Cassiano, inclusive integrantes da Nova Resistência.

Cientes de mais uma catástrofe comunicacional protagonizada por Cassiano, a campanha de Meirelles-Lula tentou de novo deslegitimar a candidatura de Ciro Gomes apelando agora para alguns ex-pedetistas que, por razões ligadas a “pequena política”, estariam descontentes com o Trabalhismo. Isso motivou Juliana Brizola e outros herdeiros verdadeiros da tradição varguista-brizolista a fazerem um manifesto em apoio ao candidato nacionalista, mostrando que os nomes destes que abandonaram o PDT dizem nada a respeito do Trabalhismo.

Um pouco mais cômico foi a deputada Tabata Amaral que gravou um vídeo pedindo voto inútil em Lula-Meirelles. Ela sim era de fato uma infiltrada (link financiado pela Open Society) das organizações de Jorge Paulo Lemann para implodir o sistema partidário brasileiro e substituí-lo por uma tecnocracia totalitária de “think tanks”. Ficou conhecida como a “Thatcherzinha brasileira” após apoiar Bolsonaro-Guedes na destruição da Previdência e por isso (e por ser uma infiltrada) foi expulsa do PDT. O tragicômico disso é que os petistas adoravam dizer que ela era agente do Lehman no PDT – até que a “Thatcherzinha” resolveu apoiá-los.

O próximo passo foi o bombardeio massivo de um movimento supostamente “espontâneo” de artistas e outros perfis verificados fazendo “L” com os dedos e pedindo voto inútil em Meirelles. Como uma matéria de Andréia Sadi comprovou, na verdade a tal “espontaneidade” esteve lastreada em ameaças de destruir as carreiras de celebridades que se recusassem a fazê-lo por meio do oligopólio de agências e páginas de fofocas. Dois casos notórios foram os de Ingrid Guimarães e Bruna Marquezine que apagaram suas publicações favoráveis a Ciro Gomes em razão do poder deste oligopólio.

Então o PT manobrou sua ampla rede de contatos internacionais formada durante seus três governos e meio para condenar Ciro Gomes. Intelectuais latino-americanos que ficaram calados com o neoliberalismo escancarado do PT ou com a farsa do domingo sangrento de 5 de agosto de 2018 resolveram sair do silêncio para se manifestar contra a candidatura de Ciro Gomes. O PT se aproveitou da relativa debilidade internacional do PDT, que chegou a ter uma ampla rede de solidariedade terceiro-mundista na época de Flávio Tavares, Darcy Ribeiro e Neiva Moreira, articuladores do famoso encontro em Lisboa, assinando a Carta que respaldaria a refundação do Trabalhismo após a ditadura militar.

Não só isso, o PT ameaçou militantes trabalhistas em espaços fora dos limites eleitorais. Lideranças sindicais como Antônio Neto foram pressionadas por uma “nota das centrais” que visava desqualificar sua histórica luta pelos direitos trabalhistas. Professores universitários também foram achincalhados e pressionados, bem como pequenos candidatos proporcionais. Há relatos inclusive de agressões perpetradas por petistas contra militantes trabalhistas.

Como não poderia deixar de ser, o PT levantou novamente o velho fantasma do “fascismo” varguista para difamar o Trabalhismo, como sistematicamente fazia nos anos 1980-90. Para isso, manipulou uma foto de alguns militantes da Nova Resistência junto com Farinazzo para afirmar que existiria uma “infiltração dunguinista” no PDT. Como a resolução do presidente Carlos Lupi é taxativa, é proibida a militância dupla no PDT e quem for filiado a duas organizações será expulso. A NR, uma organização que nada tem a ver com o PDT, apóia algumas candidaturas petistas e Clarissa Garotinho do PROS no Rio de Janeiro.

Chama a atenção principalmente o papel da Grande Mídia nessa violência comunicacional contra Ciro Gomes. O UOL foi reduzido a um panfleto do petista, produzindo dezenas de matérias e editoriais francamente positivos à candidatura de Meirelles-Lula e pedindo voto inútil, com a exceção da coluna da Madeleine Lackso, única voz dissonante nesse consenso. Mesmo a Globo e a Folha, veículos que militaram abertamente contra o Brasil no golpe de 2016, produziram conteúdos nitidamente favoráveis a Meirelles-Lula. Até o notoriamente conservador Estadão fez uma manchete recente onde coloca a palavra “nazismo” junto com Ciro Gomes, o que não tem nada de coincidência.

Se não bastasse toda as difamações, algumas associações supostamente anti-semitas colaboraram na narrativa do fantasma “fascista” do varguismo quando Ciro Gomes disse uma obviedade: que o famoso anti-comunista George Soros financia parte do PSOL por meio da Open Society – o que está literalmente escrito na página da instituição. Há dois casos notórios de bolsas da ONG imperialista de Soros no PSOL (aqui e aqui) e algumas outras fontes indicam que haveria ainda mais (aqui e aqui). O que mais chama a atenção no caso é que na participação de Ciro no podcast de Monark em nenhum momento há qualquer menção ao fato de Soros ter origem judaica, o que deixa claro o intento panfletário de tais declarações.

A razão desta campanha midiática é evidente: Ciro é o único candidato anti-sistema.

Como já afirmamos em outras ocasiões, existe no ar a consciência recalcada entre os Trabalhadores do Brasil de que é o neoliberalismo o culpado pela destruição do Brasil nos últimos 40 anos. Foi essa consciência recalcada que Bolsonaro manobrou com a famigerada “mamadeira de piroca” em 2018, em conluio mais do que tácito com a liderança petista, e junto com participação de organismos estrangeiros influindo em nossas eleições, ganhou aquele pleito.

Igualmente, nessa eleição, ambos os lados da falsa polarização levantaram a “fake news” do golpe de Estado, sobretudo nas comemorações do bicentenário da Independência. Basta saber qualquer coisa sobre o golpe de 1964 para entender a mentira descarada contada pelos dois supostos “pólos”. O golpe na época foi dado contra um governo de fato nacionalista, que havia acabado de regulamentar uma lei de remessa de lucros, nacionalizado o setor elétrico e petroleiro, reajustado diversas vezes o salário mínimo, estruturado uma vigorosa liderança sindical na CGT, e tantas outras medidas. O golpe teria sido inviável sem organismos como o IBAD, a articulação internacional de Afonso Arinos e sobretudo a Operação Irmão Sam. É só ler Moniz Bandeira, Neiva Moreira ou qualquer autor da tradição nacionalista no Brasil.

Bolsonaro cresceu como uma espécie de sindicalista radical de uma pequena ala das FFAA, que nunca foi respeitado dentro dos quartéis para fora de uma pequena bolha. É herdeiro do general Silvio Frota que fora emparedado nos últimos anos do Regime Militar, quando Geisel e Figueiredo fizeram um giro nacionalista em favor do Terceiro Mundo e contra os EUA. Ele só pode crescer politicamente “chupinhando” o general Heleno, cujo prestígio foi adquirido justamente por sua nomeação por Lula para liderar a MINUSTAH.

Como já comentamos, Bolsonaro é farsa daquela tragédia. Se Golbery acabou descartado pelos EUA no salto qualitativo histórico do Choque do Petróleo dos anos 1970, Bolsonaro – que não chega nem aos pés do “feiticeiro”, como Elio Gaspari chama Golbery – só pode existir acoplado ao trumpismo. O próprio Trump não passa de uma liderança da fração tosca da burguesia estadunidense, em franca decadência, que luta contra a aliança das altas finanças mundiais com a “Big Tech” representadas por Biden (na verdade, Kamala Harris).

Ou seja, se Bolsonaro fizesse o tal “auto-golpe”, seria contra os Estados Unidos e, portanto, contra os interesses da plutocracia financista brasileira anexa ao império estadunidense. A mera formulação dessa hipótese já mostra sua antinomia absurda. Em seu grupo, não há nem o interesse e nem a sofisticação política para tanto.

Para ficar num exemplo, basta pensar que, em tese, Bolsonaro poderia a qualquer momento ter convertido os caminhoneiros que o apoiavam enfaticamente em sua “vanguarda revolucionária”, tendo ampla base popular para de fato levar a cabo um golpe. Não o fez porque desagradaria a plutocracia financista que queria manter o PPI dos combustíveis refinados, os preços em dólar. O mesmo pode ser dito dos policiais, concretamente afetados pelas medidas de Guedes, que se afastaram do bolsonarismo por essa mesma razão. Há também a relação de Bolsonaro com a oligarquia financista na Pandemia, como comentamos no “Verdades duras de se engolir” a respeito da sabatina do presidente lesa-pátria na Globo no final de agosto.

Essa “fake news” era funcional para Bolsonaro para manter sua base conservadora coesa, assim como o PT manobra com os sonhos de uma “Revolução” por meio de um gramscianismo vulgar para manter suas bases coesas. A verdadeira ditadura que está vigente no país desde antes de 2016 mal é mencionada. Mesmo com o debacle do lavajatismo enquanto corrente estruturada, o Poder Judiciário como um todo converteu-se em uma Juristocracia onipotente e sem controle. Até para isso a narrativa do “auto-golpe” era funcional: a cada manobra retórica de Bolsonaro, sobretudo suas toscas “motociatas”, aparecia o Alexandre de Moraes para “salvar a democracia” da “ameaça fascista”, com sua capa negra esvoaçante, como se fosse o “capitão Homelander” da série “The Boyz” do oligarca Jeff Bezos.

A mesmíssima narrativa do golpe foi ainda mais funcional para o PT, que mantinha toda a democracia refém da “luta contra o fascismo”. Sob esse manto narrativo, cooptaram amplos setores da sociedade civil e quase toda a esquerda, que com justeza desprezavam o bolsonarismo e o genocídio que promoveu durante a pandemia.

Todavia, o mesmo manto narrativo do “golpe” também fundamentou os movimentos sórdidos do PT. Não é só a violência política contra os Trabalhistas, como mencionamos acima. Foi principalmente o “acordão” para manter tudo como está.

O mais irônico disso tudo é que desta vez o PT nem está mentindo.

Lula em nenhum momento prometeu nada e nem ofereceu nenhum projeto de governo por uma razão muito simples: estava estruturando esse “acordão” por meio de seu peso eleitoral. Manobrando com o recall das benesses do distributivismo associado com o superciclo das commodities, Lula será uma potencial eleitoral enquanto estiver vivo, sobretudo no Nordeste e nas camadas do “precariado” – com justeza, acrescente-se.

Esse potencial eleitoral assegurará o petismo mais uma vez como fiador do projeto neoliberal, preparando uma “saída” para o bolsonarismo, assim como fizeram em 2003. Apesar da mentira institucionalizada do golpe, a plutocracia financista percebeu que abriu a caixa de Pandora quando se associou ao bolsonarismo. Daí o desembarque de Stuhlberger do Fundo Verde e o famigerado “manifesto dos banqueiros” em 2021 que, numa explosão de hipocrisia, “romperam” com o governo que promoveu e promove cada um de seus interesses, a começar pelo Teto de Gastos e pelas diversas contra-reformas trabalhistas e previdenciárias, para mencionar somente algumas poucas.

Essa é a função de Meirelles e Alckmin: chancelar junto a esses oligarcas a posição do PT como fiador desse “acordão”. Tal como na “Carta aos Brasileiros”, o PT – dessa vez nas sombras – prepara-se para assegurar a segurança jurídica das várias contra-reformas trabalhistas, das privatizações criminosas, do Teto de Gastos e dos tratados internacionais lesa-pátria assinados por Bolsonaro, mantendo assim a “parte de boa” (para os oligarcas) de seu governo e do de Temer de uma maneira mais racional. Do neoliberalismo utópico ao neoliberalismo científico, nas palavras de um camarada trabalhista.

Tal como em 2003, se o PT ganhar, será um governo contraditório, cujo pólo da oligarquia financeira será o dominante. Haverá algumas alterações pontuais em favor dos trabalhadores, é evidente, sobretudo de cunho distributivista e identitário. Mas isso será mera “perfumaria” que não vai mexer no elemento estrutural do Brasil: as Perdas Internacionais, como bradava Brizola. Ainda pior: assim como a recente deflação provocada pela queda dos preços dos combustíveis dolarizadas vai sacramentar a entrega das refinarias na opinião pública, qualquer melhoria ainda que tímida na situação dos Trabalhadores do Brasil vai ajudar a sacramentar todas as privatizações e contra-reformas dos anos pós golpe.

Na atual quadra histórica de profunda alteração geopolítica e geoeconômica, isso é profundamente temerário, não só pela oportunidade perdida para erguer o Brasil da vala que se meteu a partir dos anos 80. Como Ciro Gomes e Aldo Rebelo muito bem colocaram, a democracia brasileira fracassou, não como valor ético e social, mas como regime de Poder, porque foi expressão política do tripé macroeconômico dos juros altos, da abertura comercial e do superávit fiscal. Daí ser impossível dissociar o regime inaugurado pela constituinte de 1988 do chamado petucanismo, que estruturou 6 das 9 eleições desde 1989. Os dois partidos, costelas à esquerda e à direita do neoliberalismo, eram mais do que gêmeos, pois concordavam no essencial: como tocar a política econômica.

Por isso o Brasil tem o mesmo Plano Econômico desde 1994. O Real não é somente a denominação de uma moeda. Ele é a “âncora cambial” que jamais foi embora, traindo aquilo que Ciro e outros economistas heterodoxos defendiam à época (isto é, que a tal âncora fosse transitória). Foi a traição ao plano inicial do Real que resultou na inundação de importações que destruiu nossa economia por quase 30 anos.

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Isso foi sustentável enquanto a China era aliada dos Estados Unidos, engendrando um crescimento esplendoroso da economia mundial, o que puxava para cima os preços dos nossos produtos primários. Agora o conflito mundial, que é estrutural e não vai passar mesmo com o fim da guerra disfarçada entre EUA e Rússia em solo ucraniano, vai provocar o movimento inverso, com a internalização de diversas cadeias produtivas e uma crise estrutural, principalmente na União Européia. A Alemanha recentemente fechou vários altos fornos de uma imensa siderúrgica da ArcelorMittal.

Não só isso, as potências em conflito buscam as chamadas “Friendshores”, que é um eufemismo nada disfarçado para o que realmente significa: colônias.

É por isso que a parte mais importante do “acordão” do petismo foram as visitas de Jaques Wagner aos Estados Unidos desde o começo de 2022, ratificadas agora na reta final da eleição com visita do ex-presidente ao Departamento de Estado norte-americano. O assunto do meio ambiente sempre apareceu como mais importante – e convém ressaltar que a retórica ESG é mero instrumento de violência política, assim como o identitarismo. Por trás, o plano verdadeiro é entregar parte da soberania brasileira sobre a Amazônia brasileira para uma “Autoridade Climática”, seguindo à risca declarações da oligarca Neca Setúbal, com tutela internacional.

Mesmo que Lula ganhe a eleição (o que está longe de estar assegurado, diga-se de passagem), esse “acordão” dificilmente se sustentará por todo um governo. Os fundamentos do Brasil enquanto nação terminaram de ser dilacerados pelo bolsonarismo, com desemprego rampante, colapso da segurança pública e destruição dos últimos cacos da nossa soberania econômica.

O bolsonarismo estará ali como o espectro de irracionalidade colonialista pronto para voltar com força redobrada. Pior: o esvaziamento da soberania popular do voto pela juristocracia só vai se agravar à medida que o conflito social se deteriorar. A polarização não é produto de “fake news” disseminadas por tecnologias estrangeiras, isso é somente o sintoma. A doença na verdade é o esgarçamento do tecido social além de sua capacidade de regeneração e não vai passar só porque a Grande Mídia vai prometer ser “boazinha” com um eventual governo de Meirelles-Lula.

É justamente por ser a alternativa tanto à manutenção do colonialismo irracional de Bolsonaro como ao “acordão” de Lula para nos converter em uma “friendshore ESG” que Ciro é atacado por todo o sistema político.

Ciro é atacado porque defende uma repactuação de toda Federação, visando a governabilidade, não por ela mesma, mas objetivando um Projeto Nacional de Desenvolvimento de longo prazo, criando um consenso diferente da mediocridade generalizada do neoliberal; um consenso nacional-desenvolvimentista, novo, arejado e preparado para o próximo ciclo histórico da Economia Mundial.

Ciro é atacado porque representa um projeto de fato soberano para o Brasil, totalmente diferente da nossa conversão em uma “friedshore” estadunidense, reerguendo nosso aparelho de Defesa sucateado pelo petucanismo.

Ciro é atacado porque representa a reconstrução de nossos fundamentos econômicos para longe do tripé macroeconômico, das contra-reformas trabalhistas e da previdência e do entreguismo com nossas riquezas, a começar pelas privatizações criminosas da Vale e dos ativos da Petrobrás.

Ciro é atacado porque promete trazer os Trabalhadores do Brasil de volta para o protagonismo da luta por nossa emancipação, por meio da mobilização popular e patriótica ordeira, como uma democracia quente e reformista de caráter plebiscitário, dentro dos marcos constitucionais.

Daí o conluio da Grande Mídia com o lulismo para difamar a candidatura nacionalista de Ciro Gomes. Não é nenhuma novidade: fizeram o mesmo contra Vargas e Brizola, inviabilizados ao desespero, como dizia a Carta-Testamento de 1954. O PT sempre foi a ala “avermelhada” desse projeto colonialista, nascido com o único intento de impedir que os Trabalhistas recobrassem a hegemonia que tinham antes do Regime Militar.

Ciro não precisa que Lula abandone sua candidatura. O que ele precisa é que a militância se mantenha mais aguerrida do que nunca, incólume frente a exigência de voto inútil em Meirelles-Lula e firme na defesa do nacionalismo brasileiro como caminho para nosso socialismo verde e amarelo. Há amplo espaço para nossa vitória, se não recuarmos.

Essa é a tarefa da nossa geração.

“Sou uma flor no deserto. Uma única gota de orvalho é suficiente para me alimentar” – Leonel Brizola.

Belíssima exposição. Nada ficou de lado. Isso mostra o desespero da petralada que ainda não tem segurança da vitória. Vamos a luta ainda há vitória a ser conquistada.

Excelente texto, Athur. Ciro é o único contra esse sistemão que nos acorrenta ao atraso e ao sucateamento das nossas riquezas. Contra tudo e contra todos, Ciro 12.