Colágeno: características, classificação e função - Brasil Escola

2022-06-10 20:30:27 By : Ms. Cecy Yan

Colágeno é uma proteína fibrosa, típica dos animais, que apresenta importante papel na resistência e elasticidade de uma série de tecidos do nosso corpo.

O colágeno é uma proteína fibrosa encontrada nos animais. Existem diferentes tipos de colágeno, sendo diferenciados por sua origem, composição, morfologia e funções. Essa substância apresenta grande importância estrutural, e, devido a suas propriedades, é frequentemente observada a suplementação dela.

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Tópicos deste artigo1 - Características do colágeno2 - Classificação dos colágenos3 - Função do colágeno4 - Suplementação e benefícios do uso do colágeno

O colágeno é uma importante proteína do corpo dos animais, representando entre 25% e 30% de toda proteína corporal. Essa proteína fibrosa é constituída por cadeias peptídicas formadas por aminoácidos como glicina, prolina e a hidroxiprolina. A sequência de aminoácidos dos colágenos, independentemente do tipo, contém um aminoácido glicina repetido a cada terceira posição dessa sequência.

As fibrilas de colágeno são formadas por meio da polimerização do tropocolágeno (unidades moleculares). O tropocolágeno é constituído por três cadeias polipeptídicas que estão organizadas em tríplice hélice. O tropocolágeno agrega-se em microfibrilas, as quais se juntam para formar fibrilas, nos colágenos tipo I, II e III. Nos tipos I e III, essas fibrilas formam as fibras.

O colágeno possui uma estrutura molecular relativamente simples e não é solúvel em água. Essa insolubilidade é resultado da grande quantidade de aminoácidos hidrofóbicos da proteína. Geralmente, o colágeno apresenta-se, in vivo, em coloração branca e opaca.

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Existem diferentes tipos de colágeno, os quais variam, por exemplo, em composição, comprimento e estrutura molecular. Já foram identificados quase 30 tipos distintos de colágeno, sendo o tipo I o mais comum, estando presente na pele, tendão e ossos, por exemplo. Os colágenos podem ser classificados em grupos de acordo com sua estrutura e função:

Colágenos que formam longas fibrilas: capazes de agregar-se e formar fibrilas longas que podem ser vistas ao microscópio eletrônico. As moléculas de colágeno dos tipos I, II, III, V e XI são classificadas dessa forma.

Colágenos associados a fibrilas: responsáveis por ligar as fibrilas de colágeno umas às outras e também a outros componentes da matriz extracelular. Os colágenos dos tipos IX, XII e XIV são classificados dessa forma.

Colágeno que forma rede: associa-se de forma a criar uma espécie de rede. É classificado dessa forma o colágeno tipo IV.

Colágeno de ancoragem: encontrado nas fibrilas que ancoram as fibras de colágeno tipo I na lâmina basal. É classificado nesse grupo o colágeno tipo VII.

O colágeno destaca-se por ser um componente essencial de vários tecidos conjuntivos, sendo encontrado na pele, nas cartilagens, nos ossos e nos tendões. Apresenta a função de contribuir com a resistência, coesão e elasticidade dos tecidos em que está presente. Essa proteína é responsável por garantir a integridade da matriz extracelular ou ainda atuar na fixação de células nessa matriz. Também apresenta papel importante na cicatrização e regeneração.

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Sabemos que o nosso organismo precisa de colágeno para garantir, por exemplo, uma pele firme e o tônus muscular adequado. À medida que envelhecemos, nossa produção de colágeno cai, desse modo, é comum a recomendação da suplementação, de modo a garantir a reposição dos níveis dessa proteína. Além do envelhecimento, uma má alimentação pode ser responsável pelas reduções nos níveis de colágeno.

O colágeno é obtido para fins comerciais baseado em diversas espécies de animais. Com base no colágeno tipo I, que é o mais comum, pode-se obter o colágeno parcialmente hidrolisado (gelatina) e o colágeno hidrolisado.

A suplementação com colágeno via oral é um assunto muito polêmico, e muitos pesquisadores ainda discutem se realmente seu uso é eficaz. Entretanto, uma série de trabalhos indica seus benefícios, além de garantir que a suplementação é segura e, geralmente, não provoca efeitos adversos.

De acordo com o trabalho de Porfírio e Fanaro, intitulado “Suplementação com colágeno como terapia complementar na prevenção e tratamento de osteoporose e osteoartrite: uma revisão sistemática”, o colágeno hidrolisado apresenta uma função terapêutica positiva no que diz respeito à osteoporose e à osteoartrite.

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Esse trabalho concluiu que a administração do colágeno hidrolisado aumenta a densidade mineral óssea, exerce um efeito protetor na cartilagem articular, e promove alívio da dor causada por esses problemas. Entretanto, mais estudos são necessários para o estabelecimento da dose e da idade ideais para a utilização dessa suplementação.

No trabalho “Bases científicas dos efeitos da suplementação oral com colágeno hidrolisado na pele”, de Zague e Machado-Santelli, os autores afirmam que os peptídeos de colágeno, após a ingestão, são capazes de atravessar a mucosa intestinal e seguir para a pele, em que estimulam o metabolismo das células da derme, elevam a quantidade de compostos que fazem parte da matriz, e melhoram as propriedades funcionais e biomecânicas da pele.

Desse modo, podemos concluir que a suplementação de colágeno pode ser benéfica, porém mais estudos são necessários para conhecer-se melhor a aplicação dessa proteína. Além disso, outro ponto importante a ser destacado é que a complementação deve ser prescrita por um especialista para que as doses adequadas sejam administradas.

Por Vanessa Sardinha dos Santos Professora de Biologia

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Colágeno"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/colageno.htm. Acesso em 10 de junho de 2022.

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