10 designers brasileiras que enaltecem o trabalho autoral - Casa e Jardim | Design

2022-05-21 13:07:48 By : Ms. Snow Gao

Confira o lindo trabalho de design autoral de 10 mulheres no Brasil (Foto: Divulgação | Montagem: Casa e Jardim)

Nesta terça-feira, 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. A data que simboliza a luta das mulheres por condições equiparáveis a dos homens no ambiente de trabalho e na sociedade em geral, lembra que ainda há muitas barreiras a superar, mas que existem muitas conquistas a celebrar.

Profissões que antes eram dominadas por homens, hoje, além de contar com um número significativo de mulheres, também tem muitas que se destacam no cenário nacional, como é o caso das oito designers abaixo, com belíssimos trabalhos autorais!

Carol decidiu seguir o caminho do design após um workshop ministrado pelos irmãos Campana (Foto: Macos Cimardi / Divulgação)

Formada em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie, no ano 2000, Carol decidiu seguir o caminho do Design após um workshop ministrado pelos Irmãos Campana, enquanto cursava o último ano de faculdade.

O evento marcou tanto sua trajetória que até hoje ela considera a peça que desenvolveu no curso, a luminária Caracol, como um de seus trabalhos mais marcantes, visto que a peça foi selecionada para sua primeira exposição internacional chamada “Abitare Il Tempo Beyond European design. Projects from Around the World”, em Verona, na Itália.

O reuso de materiais é um dos pilares das criações de Carol,  que cita a cidade de São Paulo como uma de suas inspirações. Já o conceito do trabalho da designer é a ressignificação e valorização dos objetos do cotidiano.

“São Paulo me inspira constantemente. As viagens distanciam meu olhar e renovam. As artes visuais me emocionam e me conectam com outros sentidos. Minhas vivências estão sempre aflorando enquanto crio (...). Ao reutilizar os materiais do nosso cotidiano, desejo despertar novas possibilidades com o que nos cerca. Despertar esse novo olhar, uma nova forma de ver as coisas. Muitas vezes, esses materiais são repletos de emoções, e isso torna esse processo ainda mais envolvente”, diz a designer.

Luminária 'Caracol' de Carol Gay (Foto: Marcos Cimardi / Divulgação)

Claudia Issa e algumas de suas criações (Foto: Divulgação)

“Argila, água, obsessão e suor”, assim a designer Carol Issa define a matéria-prima que costuma usar em seu trabalho que, segundo ela, tem processo criativo não previsível ou linear.

Como conceito, a designer que se formou em Artes Plásticas e trabalhou anos como designer gráfica, destaca a busca pelo novo e a reformatação do que já foi visto. “De certa forma herdo as influências do manifesto antropofágico do Oswald de Andrade, no sentido que 'devoro' muitas vivências do mundo para criar minha linguagem. Procuro aplicar isso no meu trabalho, buscando uma linguagem de força e expressão sempre com um olhar contemporâneo e muito pessoal”, diz a designer, que deseja transmitir, sobretudo, uma mensagem em particular: “a de que é fundamental ser original. Ter voz própria, sem usar a voz de outros como sua. Arte para mim é isso: expressar algo que toca as pessoas, mas de uma maneira como elas ainda não foram tocadas.”

Cris Bertolucci foi pioneira no uso do bronze fundido para a produção de peças de iluminação no Brasil (Foto: Carlos Piratininga / Divulgação)

Apaixonada por design desde a infância, Cris Bertolucci foi pioneira no uso do bronze fundido para a produção de peças de iluminação no Brasil.

Atualmente, ela usa uma diversidade gigantesca de matérias-primas para criar peças inspiradas desde a vida cotidiana até elementos da natureza. “Posso dizer que tudo me inspira, desde a moda, a objetos e outras coisas do dia a dia.  Acredito que, muitas vezes, os próprios materiais servem como fonte de inspiração para trabalhar com ele. As possibilidades e limitações de cada material já me ajudam a ter um parâmetro para eu seguir determinado desenho”, diz.

Perguntada sobre a emoção que gostaria de despertar nas pessoas, a designer destaca  a vontade de que suas peças “transcendam o valor meramente funcional e se tornem itens para serem apreciados.”

O abajur Bicho Pau é uma novidade do estúdio de Cris Bertolucci, que foi criada a partir do galho de uma árvore que a designer utilizou como molde para o bronze (Foto: Cris Bertolucci Estúdio / Divulgação)

Maria Helena Emediato, à frente do estúdio LEH (Foto: Divulgação)

A vida e seus altos e baixos é a inspiração de Maria Helena Emediato, à frente do estúdio LEH, que usa esferas de cerâmica coloridas do Vale do Jequitinhonha, madeira e cristais em suas criações.

“As esferas do Vale do Jequitinhonha são moldadas, pintadas e queimadas por mulheres que aprenderam, desde muito cedo, a moldar suas vidas através do barro da sua terra. A madeira cresce na terra, os cristais se formam sob a terra e a cerâmica é a própria terra. São materiais que vem de dentro do mundo, que levam tempo para se formar, para se moldar, por isso mesmo, eu acredito que eles contenham muita sabedoria e energia”, explica a design, que deseja passar para as pessoas as emoções que sente enquanto cria.

“Ao me debruçar sobre uma obra todo o meu processo é muito intuitivo. É uma sensação de liberdade e preenchimento que eu não consigo descrever em palavras. Ao final, quando vejo a peça pronta, principalmente as de parede, sinto paz, uma sensação de encantamento, acolhimento e calma – são estas emoções que eu gostaria de compartilhar com as pessoas”, diz.

A peça 'Saudade Boa', de 2019, é uma homenagem de Maria Helena à avó materna (Foto: Divulgação)

Ingrid se apaixonou pela profissão ainda criança, admirando o trabalho do pai em sua fábrica de peças de pedra sabão (Foto: Divulgação)

Uma releitura do tradicional brinquedo pião, o centro de mesa fruteira Pião, é uma das peças do coração da designer mineira Ingrid Peixoto. O tem foi a primeiro que a destacou além de designer de luminárias.

Ingrid se apaixonou pela profissão ainda criança, admirando o trabalho do pai em sua fábrica de peças de pedra sabão. O material, inclusive, é um dos usados pela designer em suas criações, que também contam com objetos de latão, de madeira e de vidro.

A designer, cuja inspiração vem da observação, diz que gostaria de levar para a casa das pessoas funcionalidade com emoção. “Uma peça que além de fazer a sua função, transmita algum tipo de emoção, alguma alegria, diversão, encanto e surpresa.”

O centro de mesa fruteira Pião é uma das peças do coração da designer mineira Ingrid Peixoto (Foto: Divulgação)

As sócias Sofia Bombig, Marília Ehmke e Vitória de Almeida Prado da Koord (Foto: Divulgação)

Trabalho manual, com produtos feitos 100% com mão de obra nacional é o foco da Koord CrativeLoom, cujo significado em Africâner é “cordão”. A empresa surgiu em 2017, quando três amigas de infância se reencontraram depois de muito tempo: Sofia Bombig, Marília Ehmke e Vitória de Almeida Prado.

“Sempre fomos amigas e entre conversas e bate-papos sobre decoração e design, surgiu a vontade de empreender, e, consequentemente, a preocupação de criar um produto único, 100% brasileiro, que valorizasse a mão de obra de pessoas em pequenas comunidades. Assim criamos a Koord”, conta Sofia.

A principal matéria-prima dos produtos da empresa é o algodão reciclado, feito a partir da fiação de resíduos descartados da indústria têxtil.  Com isso, as designers criam peças com maior consciência social, ajudando na redução da poluição que essa indústria pode deixar no meio ambiente.

O tapete George é o trabalho mais marcante e um dos maiores sucessos da Koord (Foto: Divulgação)

O descanso, a distração e os momentos de tranquilidade são as inspirações de Nara Ota (Foto: Divulgação)

Nara não tem fotos de seu primeiro trabalho, o qual considera o mais marcante, visto que foi ali que percebeu que joias poderiam se tornar objetos de decoração. “Formei-me em Arquitetura na faculdade Mackenzie. Mas já fazia aulas de joalheria e cerâmica. Já tinha a paixão de trabalhar com joias e percebi que poderiam ser objetos de decoração pela primeira vez em 2013, quando por uma experiência de exposição de final de ano da escola de joalheria, não expus joias e sim uma redoma com uma coleção de meninas fundidas em prata. Na redoma coloquei uma xícara antiga, que tinha de uma coleção particular e pendurei minhas bonequinhas fundidas de prata a sua volta”, conta a designer, que lamenta não ter registros da peça. 

O descanso, a distração e os momentos de tranquilidade são as inspirações de Nara, que costuma usar pedras naturais, latão, resina, cerâmica, vidro, ouro, papel e acrílico em suas peças, com quais deseja levar ao lar de quem as compra conforto, amor e carinho.

Medusa, um dos últimos trabalhos de Nara, em parceria com Ricardo Argenton (Foto: Divulgação)

Foi apenas em 2018, após um período sabático, que Regina Minsk resolveu se dedicar 100% ao design (Foto: Dentro Fotografia / Divulgação)

Foi apenas em 2018, após um período sabático, que Regina Minsk resolveu se dedicar 100% ao design. Antes, ela se formou em Matemática, mas trilhou um longo caminho no mundo da moda.

O resgate de técnicas tradicionais e antigas e a transformação delas em algo novo é o conceito da designer, que costuma trabalhar com fios naturais ou com algo que ela mesma transforma, como fio de papel retorcido, corda de bananeira, cadarços que fabrica com fios de algodão e poliéster,  além de madeira e ferro nas estruturas, tudo manufaturado.

“Gosto da ideia das pessoas se surpreenderem com o resultado de uma peça que basicamente é feita com materiais simples, pontos básicos. Ajudar na percepção do design autoral e local com o meu trabalho. Gosto da forma genuína que crio e executo”, ressalta Regina, que elege entre seus trabalhos favoritos os adornos criados com cordas que desenvolveu de crochê.

Entre os trabalhos favoritos de Regina, estão os adornos criados através de cordas que desenvolveu em crochê (Foto: Divulgação)