Hidrovia no Rio Paraguai tem "boom" no transporte de minério de ferro em 2022 - Correio do Estado

2022-10-15 04:50:40 By : Ms. Lorna Guo

Apesar de as condições de navegação ainda estarem abaixo da média, movimentação de carga foi a melhor dos últimos 6 anos

Desde 2015, quando o Rio Paraguai passava por períodos de grandes cheias e as commodities tiveram uma queda acentuada no preço de forma geral, o transporte de minério de ferro a partir de Corumbá/Ladário não passava por um período de alta.  

Nos primeiros sete meses de 2022, houve números recordes na comparação com os últimos seis anos. Entre janeiro e julho deste ano, as chatas transportaram mais de 1,074 milhão toneladas da commodity, além de uma pequena porcentagem de ferro e aço.  

Esse volume só fica atrás do transporte que foi levado a partir do porto Granel Química, de Ladário, no primeiro semestre de 2015, quando a marca foi de mais de 1,299 milhão de toneladas.

Esses dados fazem parte da base de levantamentos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) sobre a movimentação de mercadorias a partir dos portos no Brasil.  

Tanto em 2015 como em 2022 a Vale, principal mineradora do mercado mundial com atuação na região do Pantanal sul-mato-grossense, registrou momentos marcantes envolvendo o contexto local e o nacional.  

Há sete anos, em 5 de novembro, houve o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), acidente que causou uma tragédia ambiental e fez as ações da mineradora despencarem.

Por conta desse acidente, houve uma operação ampla em diferentes barragens pelo País para garantir que outros registros fossem evitados.

Agora em 2022, a Vale protagonizou um cenário com reflexo direto com Corumbá e Ladário, ao encerrar suas atividades na região em 15 de junho.

Sua saída definitiva da exploração de minério de ferro no Pantanal foi concluída com carregamentos recordes na comparação com os últimos anos e o uso da hidrovia.  

O aumento na comparação com o primeiro semestre de 2021 foi de 12,69%, e muito superior ao que ocorreu em 2020 – pior ano na série desde 2015. No período em que houve maior estiagem do Rio Paraguai, o transporte registrado de janeiro a julho foi de 368 mil toneladas.

Além da extração, a Vale também detinha ativos relacionados ao transporte da commodity pelo Rio Paraguai. Todas essas operações foram vendidas para a J&F Mineração, empresa criada a partir da J&F Investimentos, holding que engloba a JBS e pertence aos irmãos Joesley e Wesley Batista.  

Essa negociação, que foi oficializada em 6 de abril, quando a movimentação de cargas pelo rio estava a todo vapor, envolveu US$ 1,2 bilhão em recursos que a empresa dos irmãos Batista direcionou.

De acordo com dados do mercado global, o período de janeiro a julho deste ano foi marcado por um deficit para o minério de ferro. Houve um aumento de estoques, enquanto os preços internacionais caíram.  

Informativo da UBS Evidence Lab divulgado na semana passada para analisar esse mercado mostrou que os embarques brasileiros de minério de ferro aumentaram 19% na comparação semanal e 12% na anual. O principal destino é a China, país que a Vale realizava parte da comercialização do minério de ferro retirado no município de Corumbá.

As reservas em Corumbá do minério de ferro não são as maiores do País, mas o produto extraído das minas pantaneiras é avaliado como de maior valor agregado, por conta da sua qualidade em comparação à extração feita no Pará e em Minas Gerais.

Agora, com a condução da J&F Mineração, a exploração do minério de ferro em Corumbá vai entrar em um cenário global de aumento de estoques, o que pressionará o preço do produto para valores bem abaixo dos US$ 100/t. A previsão da investidora UBS BB é de que até o fim de 2023 o valor passe para US$ 85/t.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá, Cássio Augusto da Costa Marques, apontou que as condições de navegação do Rio Paraguai para o segundo semestre tendem a ficar ruins.  

O nível abaixou para menos de 1 metro em setembro, e a navegação comercial é feita, de forma ideal, a partir de 1,5 m no nível.

“O cenário que temos para enfrentar a partir de agora é a paralisação da navegação por conta da situação do Rio Paraguai. Não há outra condição. A extração continuará na região, e isso significa que a rodovia deverá ser mais exigida para a realização desse transporte. Temos a situação de utilização da ferrovia para ser utilizada, mas ainda há questões a serem tratadas em trecho argentino, que precisa de obras para haver a completa interligação da Bolívia com a Argentina”, indicou.

Os dados da sala de situação do Instituto de Meio Ambiente de MS (Imasul) apontam que nesta segunda-feira (3) a régua em Ladário marcava 84 cm, resultado melhor que no ano passado, quando registrou -42 cm na mesma data. Em 2020, o relatório do Imasul apontava que a régua marcava 6 cm negativos.  

Já em 2019, neste período do ano, a navegação continuava, pois a profundidade chegava a 2,30 m no dia 3 de outubro.  

Em Porto Murtinho, o rio registra 2,12 m e está acima do nível registrado no mesmo período do ano passado, quando a régua marcava 82 cm.  

Em 2020, a profundidade era de 1,21 m, e em 2019, na mesma data, a média estava muito acima dos últimos três anos e registrava 3,32 m. (Colaborou Súzan Benites)

Apesar do resultado negativo no mês, setor acumula alta de 7,3% no ano

Volume de serviços de turismo teve alta no Brasil no mês de agosto

Em agosto, o volume de serviços prestados em Mato Grosso do Sul teve queda de 1,3%, na comparação com o mês de julho.

Na comparação com os outros estados, Mato Grosso do Sul teve, em agosto, a terceira pior porcentagem do País.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda no mês de agosto é a segunda consecutiva no setor em MS.

No entanto, no comparativo com o mesmo do ano passado, o resultado é positivo, com avanço de 2,6%,

O acumulado nos últimos 12 meses é de 6,9% e, no ano, o setor acumula alta de 7,3%.

Para o levantamento, são pesquisadas cinco atividades, sendo elas serviços prestados à família; serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; transportes, serviços auxiliares de transportes e correio e outros serviços.

No Brasil, houve alta em 18 dos 27 estados pesquisados, na comparação entre agosto e julho.

Os impactos positivos mais importantes vieram de São Paulo (1,6%), Distrito Federal (5,0%), Minas Gerais (1,0%) e Rio de Janeiro (0,5%).

As principais influências negativas vieram do Paraná (-7,1%), Goiás (-3,4%) e Rio Grande do Sul (-1,1%).

Entre os setores de destaque, está o de turismo, que cresceu 1,2% em agosto.

Com isso, o segmento de turismo se encontra 0,1% acima do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.

Já o volume de  transporte de passageiros registrou decréscimo de 0,5%, o que coloca o segmento 0,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020 e 22,3% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

O volume do transporte de cargas também registrou variação negativa, de 0,3%, em agosto de 2022.

Número mostra que o montante chega a ser 12,09% maior que o total do mesmo período do ano passado no Estado

Arrecadação de tributos no setor de petróleo e combustíveis foi significativa este ano

A arrecadação de impostos em Mato Grosso do Sul cresceu 12,09% no período de janeiro a setembro deste ano. Em dinheiro vivo, o Estado arrecadou R$ 13,4 bilhões em nove meses, contra R$ 11,9 bilhões no mesmo período do ano passado. 

Só de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a arrecadação chegou a R$ 11,4 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 12,94% na comparação com o período de janeiro a setembro de 2021. O ICMS correspondeu a 84,95% da arrecadação. 

O grupo intitulado “outros tributos”, que são taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais, foi responsável por 6,68% da arrecadação, o que resulta em R$ 898,4 milhões. Neste grupo, a arrecadação cresceu em 7,91% na comparação com o ano passado.

No Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), a arrecadação foi de R$ 817,8 milhões, elevando-se em 6,75% ante o mesmo período de 2021. A participação do IPVA na arrecadação foi de R$ 6,08%. 

Já o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), também conhecido como imposto da herança e da doação, teve arrecadação de R$ 292,9 milhões, resultando em uma variação positiva de 7,75% na comparação com o ano passado, e a participação no bolo arrecadatório foi de 2,18% durante este ano.

Na arrecadação exclusiva do mês de setembro deste ano, o valor total foi de R$ 1,5 bilhão, contra R$ 1,3 bilhão do ano passado. 

O ICMS arrecadado foi de R$ 1,35 bilhão e correspondeu a 88,9% do que entrou nos cofres públicos do Estado. O grupo “outros tributos”, que inclui taxas e contribuições, trouxe mais R$ 113 milhões para o Estado, correspondendo a 7,41% do total arrecadado em setembro deste ano. 

Em seguida vêm o ITCD, com R$ 29,8 milhões, ou 1,96% do bolo arrecadatório do mês; e o IPVA, com R$ 24,8 milhões, ou 1,63%.

A arrecadação de impostos em Mato Grosso do Sul traz um fato marcante este ano: o Estado já recolheu R$ 1,5 bilhão em impostos a mais em comparação com o ano passado.

Em se tratando de contribuição por setor, o que mais contribuiu com os cofres públicos do Estado foi o setor de comércio e serviços, com R$ 4,65 bilhões no período de janeiro a setembro deste ano. Comércio e serviços geraram 40,79% dos impostos e o setor registrou elevação de 11,65% na arrecadação.

O setor de petróleo e combustíveis é o segundo maior gerador de impostos no Estado. Foram R$ 3,44 bilhões, resultando em uma participação de 30,14% do total arrecadado. Neste setor, o crescimento da arrecadação no acumulado do ano foi de 26,9%. 

Agricultura e pecuária, o chamado setor primário, teve arrecadação acumulada no ano de R$ 1,52 bilhão, participação de 13,35% e variação negativa de 3,78% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foi o único setor que – em termos de arrecadação – encolheu.  Na sequência aparece a indústria, também chamada de setor secundário. Neste caso, a arrecadação somou R$ 844,7 milhões, o que dá uma participação de 7,4% em ICMS para o Estado. As indústrias geraram 13,04% em impostos a mais para Mato Grosso do Sul.

Em seguida vem o setor de energia elétrica, com uma arrecadação de R$ 587 milhões no período de janeiro a setembro deste ano. A participação do setor no bolo arrecadatório ficou em 5,14%, com uma pequena variação positiva de 0,53%. 

O último grupo, denominado “outras fontes de receita”, registrou arrecadação de R$ 323,4 milhões em nove meses deste ano. A participação nos impostos ficou em 2,83% e a variação foi elevada em 18,21%.

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