José tentou por 3 anos e conseguiu criar móveis que parecem arte - Consumo - Campo Grande News

2022-10-15 04:44:21 By : Mr. Nick Chou

Marceneiro conheceu as técnicas na Internet, mas só na hora da prática foi descobrindo detalhes em móveis

Marceneiro há 38 anos, José Luiz Thiago se apaixonou por móveis resinados logo quando viu alguns vídeos no Youtube sobre o processo de criação com madeira, mas não imaginava que seria tão difícil. Ao todo, foram três anos de muita tentativa e erro até que ele finalmente conseguisse criar as peças que mais parecem obras de arte.

Acostumado a trabalhar modelando madeiras, José conta que sua história com a marcenaria nunca envolveu um trajeto muito fácil. Talvez por isso ele não tenha pensado em desistir da união com resina mesmo depois de perder materiais e não ver os resultados surgindo mesmo quando a receita parecia perfeita.

Nascido no Interior, José sempre viu o pai trabalhando com ferragens na área rural e desde então foi tomando gosto por criar objetos. “Depois de sair do quartel fui atrás de uma profissão e viajava mais de 20 quilômetros de moto para chegar até uma marcenaria em Vicentina. Lá eu fui aprendendo aos poucos com muito custo desde as coisas mais básicas”, explica José.

Até 5 anos atrás, ele continuou desempenhando os trabalhos com móveis mais tradicionais, mas o encanto foi mudando de foco. Como José conta, ele ficou com a ideia dos móveis resinados na cabeça e, assim que conseguiu, investiu no aprendizado.

“Fui criando os modelos porque tenho muita ideia para colocar em prática, mas cada etapa demora muito. Tem mesa que demora mais de dois meses para realmente ficar pronta e você precisa acompanhar de perto”, narra sobre a produção.

Madeira, resina e processos químicos

Por envolver processos químicos, o marceneiro explica que as etapas iniciais levam semanas entre criação do molde e união da resina com a madeira. Depois disso, os materiais começam a reagir entre si e os retoques vão sendo feitos conforme a necessidade surge.

Exemplificando a dificuldade da prática, ele conta que as duas primeiras peças que fez só ficaram prontas neste ano, três anos depois. “A resina pode modificar, a madeira pode reagir de formas diferentes e aí você precisa descobrir o que está causando isso. Hoje, depois de passar por muitos testes, descobri como fazer, o que altera e como fazer dar certo”.

Com tudo encaminhado depois de muita experimentação, as mesas em tamanhos variados se espalham pela varanda de casa e chamam atenção tanto pelas cores quanto pelos desenhos formados na madeira.

As madeiras mais irregulares, as que não são tão certas, são as perfeitas para o trabalho. Então se ela é torta, se tem alguns furos, ela é ideal, conta o marceneiro.

Explicando sobre os produtos, José detalha que as matérias-primas usadas são a madeira, resina e ferro. “Dá para fazer muita coisa, mas até agora criei as mesas, banquinhos e tábuas de corte para vender. Cada peça é feita em uma forma e passa por um processo de resinagem da madeira, que é um processo químico mesmo”.

Devido à resina ser transparente, até as cores são escolhidas no processo e outros itens podem ser incorporados ao projeto. Em uma das mesas, ele adicionou bichos em miniatura e decorações que lembram o mar.

“Agora estou com um projeto de unir as mesas com quadros de um outro rapaz, aos poucos nós vamos aumentando as possibilidades. Cada móvel é único tanto pela resina quanto pela madeira e também pelo desenho, é especial”, defende José.

Sem conhecer fábricas em Mato Grosso do Sul, o marceneiro conseguiu encontrar fornecedores apenas em São Paulo e Curitiba, o que encarece os trâmites. “Tive que viajar, ir conhecer pessoalmente. A resina mesmo é avaliada em dólar e as madeiras que uso são compradas fora do Estado também, as mais ideais para esse tipo de móvel”, diz.

Mesmo com todas as dificuldades, José destaca que nunca pensou em desistir das tentativas. E, vendo cada peça criando forma e se transformando, o desejo é só de continuar.

Para conhecer mais sobre os trabalhos do marceneiro e verificar sobre preços, o número para contato é (67) 99604-6136.

Confira a galeria de imagens:

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Todos os direitos reservados. As notícias veiculadas nos blogs, colunas ou artigos são de inteira responsabilidade dos autores. Campo Grande News © 2020. Design by MV Agência | Desenvolvimento Idalus Internet Solutions.