Deixar o carro parado por um longo período em ruas ou garagens pode representar um perigo oculto para motoristas e passageiros . Isso porque durante este período de inatividade, ratos e outros animais podem fazer do motor suas casas, destruindo componentes importantes para o perfeito funcionamento do veículo. Em casos extremos, os defeitos provocados podem levar o carro a pegar fogo.

“O carro foi feito para rodar. Veículo que fica parado é uma porta aberta para a entrada de animais como ratos, gatos, entre outros”, afirma o consultor técnico Paulo Roberto Garbossa.

Os ratos roem as capas de borracha, materiais de vedação, dutos, mangueiras e fios. O mais preocupante, de acordo com o especialista, é o animal danificar o chicote elétrico das centrais eletrônicas, que atualmente controlam 90% das funções de um veículo.

Outro ponto de alerta são os fios dos demais sistemas elétricos do carro. Caso danificados, existe a possibilidade de causarem uma pane que pode, em situações extremas, provocar o início de um incêndio. “Quando é vazamento, pelo fato de ele ter comido uma mangueira, fica nítido que o carro está com algum problema. Mas quando é a parte elétrica, o motorista não percebe. Só vê realmente quando precisar daquela função”, detalha.

As fezes e a urina do rato também preocupam. Além de deixarem um cheiro ruim extremamente forte no motor, elas podem contaminar o filtro de ar do veículo. Basta ligar o ar-condicionado para que o odor também infeste a cabine.

Como ver o nível do fluido de arrefecimento do motor?

As medidas para evitar que ratos e outros animais se refugiem no motor são simples. A principal delas é rodar com o carro pelo menos uma vez por semana. A outra é evitar comer dentro do veículo, deixando restos de alimentos. É importante também não estacionar próximo a córregos, calçadas com muito entulho e outros locais onde ratos possam se esconder, facilitando a entrada deles no motor.

O que fazer se eu descobrir que um rato estava morando no meu carro?

Se você tem certeza de que um rato estava morando no motor (e não está mais), a primeira atitude a tomar é colocar o carro para funcionar e observá-lo parado . Veja se algumas das luzes do painel de instrumentos permanecem acesa. Caso sim, vá direto para uma oficina especializada para um check-up geral.

Observe também se não há gostas de combustível ou de qualquer outro fluido no chão. Nesse caso, o procedimento deve ser o mesmo: seguir para o mecânico de confiança para uma vistoria completa e reparo, se necessário.

Atenção também com gatos!

Além dos ratos, os gatos gostam de se esgueirar para o quentinho do compartimento do motor dos carros. Muitos deles, aliás, levam seus filhotes para protegê-los, especialmente nas épocas de frio. De acordo com Rosangela Gebara, membro da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, antes de ligar o carro que estava muito tempo estacionado e sair acelerando é muito importante averiguar se algum bichano está morando ali com sua família.

“A regra básica é nunca ligar o carro logo de primeira. Se você estacionou na rua, é inverno e tem muitos gatos em situação de abandono no seu bairro, o ideal é sempre bater de maneira vigorosa no capô, pois muitas vezes os animais estão dormindo”, explica Gebara, que ressalta ainda que buzinar algumas vezes também pode ajudar.

A especialista alerta que em locais onde essa situação é comum, o melhor a fazer é abrir o capô para dar uma olhada e tentar perceber se não há nenhum animal miando ou fazendo barulhos, por exemplo. Também é importante olhar sob o veículo.

No entanto, para os casos mais extremos, quando o gato está preso em alguma parte do motor e não consegue sair, a solução é vestir uma luva de raspa de couro e puxar o animal pelo pescoço. “Caso esteja em um lugar muito complicado, vale chamar uma pessoa especializada de uma clínica veterinária”, explica.

Caso suspeite que há um gato no motor, a primeira coisa a fazer a bater forte no capô e buzinar — Foto: Christian Castanho/Autoesporte

O que pode acontecer com o gato?

Quando o gato está no motor e o carro é ligado, ele corre o risco ter queimaduras, fraturas ou ter seus pelos arrancados se estiver em uma área perto da correia. “São ferimentos muito feios que podem levar o animal à morte”, destaca a especialista. “Caso isso aconteça, o gato deve ser retirado do motor e levado imediatamente para o clínica veterinária”, completa.

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